Hebreus 6:4-7 e a fé que não pode ser levada na brincadeira
Você já se pegou sentindo que está só “vivendo a fé”, mas sem de fato responder a ela?
Já participou de momentos profundos com Deus, já sentiu o impacto da Palavra, já viveu dias em que tudo parecia ter mudado… mas depois, com o tempo, as coisas esfriaram, e hoje parece que você está só seguindo no automático?
Pois é. O autor de Hebreus também estava pensando em pessoas assim quando escreveu um dos textos mais diretos e incômodos do Novo Testamento: Hebreus 6:4-7.
E antes de mais nada, vale o alerta: não é um texto fácil. Mas ele não existe para condenar — existe para acordar.
Vamos conversar sobre isso?
A seriedade da fé recebida
“É impossível que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo…”
(Hebreus 6:4)
Existem pessoas que já viram, já sentiram, já foram tocadas por Deus de forma real. Que já choraram com a cruz, já se comoveram com o evangelho, já foram transformadas em algum nível. Mas com o tempo… foram se acostumando.
A fé virou rotina.
A cruz virou enfeite.
E a graça, algo comum.
Hebreus não está falando de quem nunca ouviu sobre Jesus. Está falando de quem já provou — e mesmo assim vive como se nunca tivesse sido tocado.
A verdade é que existe uma diferença entre ter experiências com Deus e se render a Ele.
É possível se emocionar com o evangelho e continuar vivendo como se ele não fosse suficiente.
E segundo o texto, viver assim é como dizer, com atitudes:
“Foi bonito, mas não vale tanto assim.”
“A cruz foi forte, mas eu ainda escolho viver do meu jeito.”
A fé que recebemos não é algo leve ou superficial.
É um chamado à transformação. E tratá-la como se fosse um acessório espiritual para dias ruins… é brincar com o que é santo.
A mesma chuva, dois resultados
“A terra que absorve a chuva e produz fruto recebe a bênção. Mas a que só produz espinhos é rejeitada…”
(Hebreus 6:7-8, adaptado)
Aqui vem a imagem que mais mexeu comigo:
a mesma chuva que abençoa, também revela.
A água cai sobre todas as terras. Mas o que nasce depois depende da terra — do coração.
Alguns vão frutificar: amor, arrependimento, mudança de vida.
Outros, mesmo depois de muita chuva, só vão produzir espinhos: resistência, orgulho, aparência.
E o mais duro é entender que o problema não é a falta da presença de Deus.
É a nossa resposta diante d’Ele.
Não é sobre o tanto de culto que você frequenta, ou quantas palavras impactantes você já ouviu.
É sobre o quanto isso mudou quem você é.
A verdade é: se a chuva da graça tem caído sobre você há tanto tempo, e nada tem nascido de real… não é falta de Deus. É a terra que precisa ser quebrada.
Quando a fé esfria e a cruz é esquecida
O esfriamento espiritual nem sempre é escandaloso. Muitas vezes é sutil. Começa quando deixamos de lembrar o porquê da nossa fé.
Esquecemos o peso da cruz.
Esquecemos o sangue derramado.
Esquecemos que alguém sofreu — de verdade — para nos dar acesso à vida eterna.
E aí, sem perceber, a gente começa a viver só para o agora.
Oramos menos.
Servimos por obrigação.
Vivemos preocupados com o que temos, com o que queremos, com o que falta — e a eternidade fica para depois.
Mas a cruz não foi simbólica.
Ela foi real. Foi dor. Foi humilhação. Foi entrega.
E se ela deixou de nos impactar, talvez o problema não esteja na mensagem — mas em nós.
Ainda é tempo de frutificar
Esse post não é para te jogar no chão.
É para te lembrar que ainda há tempo de se levantar.
Hebreus 6 termina com um sopro de esperança:
“Quanto a vós, porém, amados, estamos certos de coisas melhores.”
(v.9)
A chuva ainda está caindo.
A graça ainda está disponível.
O Espírito ainda está chamando.
Se sua fé esfriou, se você percebe que tem tratado como leve o que é eterno… volte.
Volte com sinceridade.
Volte com fome.
Volte com um coração que entende que não pode continuar vivendo como se o céu fosse um detalhe.
Não desperdice a chuva.
Você ainda pode frutificar.
📌 Compartilhe esse post com alguém que já viveu a graça, mas precisa ser despertado de novo.
A Palavra de Deus continua sendo vida — para quem ouve com o coração aberto.